A vida começa por um ponto - A mudança na Educação começa pelo comprometimento

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

DIÁRIO DE APRENDIZAGEM 1



Adriana Aparecida de Almeida Marcolin

Este diário de aprendizagem constitui-se num espaço de reflexão sobre as nossas aprendizagens no decorrer do segundo semestre de 2012, na Disciplina Seminário Avançado em Tecnologias e Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul, Curso de Mestrado em Educação, ministrado pelas Professoras Dra. Carla Beatris Valentini e Dra. Eliana Maria do Sacramento Soares.
Como um instrumento de comunicação entre estudantes e professoras, tornou-se possível percorrer as histórias e experiências apresentadas na turma, num espaço dinâmico de reflexões, planejamento de ações e intervenções na prática cotidiana.
Ao discutir fenômenos, tivemos um olhar e a partir deste, problematizamos se a tecnologia é entendida ou utilizada como ferramenta ou como ambiente.
Através do vídeo da Professora Dra. Léa Fagundes, atualmente com 83 anos, precursora da informática no Brasil e fundadora do primeiro laboratório de estudos cognitivos neste País, refletimos sobre a relação entre tecnologia, aprendizagem e cognição. Problematizamos a partir desta aula, o que é inteligência, como funciona, como as pessoas a desenvolvem e ainda, se o fator social é determinante no desenvolvimento intelectual.
Para dialogar trouxemos alguns conceitos acerca destas ideias por Platão, quando afirma que a inteligência é inata (inatista), por Aristóteles expondo que a inteligência passa pelos sentidos, entra na pessoa (empirista), confrontando com a posição de Piaget, quando através de suas pesquisas indica que a inteligência não é uma faculdade herdada ou treinada, mas é uma função, que pressupõe adaptação e organização.

Ao indicar a adaptação, Piaget justifica que a vida só existe quando há atividade, pois, se o ambiente é hostil não há vida, portanto, o meio é que vai proporcionar que a função se desenvolva. A percepção não é cognição, não entra no pensamento, precisa ser buscada pelo pensamento.
A tecnologia possibilitou ver e ouvir melhor. Para isto é imprescindível que o professor, independente de sua área de formação, ao ensinar saiba como os órgãos do sentido funcionam e como o cérebro processa as informações.
Na contemporaneidade a neurociência procura conhecer todos estes mecanismos, pois, precisamos construir o conhecimento e dividi-lo, já que aprendemos reciprocamente.
O fato de colocar computadores nas escolas não significa inclusão digital, mas, ao contrário, a inclusão na cultura digital pode revolucionar a escola significando que a tecnologia analógica expande os poderes sensoriais, os sentidos, no entanto, não expande os poderes cognitivos.
Para refletir de maneira mais aprofundada, precisamos pensar quais os sistemas de significação dos estudantes, pois, sabemos que os alunos utilizam o mouse, como um controle de televisão. Seria bom poder olhar para a escola e entender como o sujeito aprende em qualquer circunstância. Tem o fator psicológico, mas também, epistemológico.
A tecnologia digital amplia nossa cognição, por isso, é preciso pensar em levar para a escola a cultura digital e não apenas levar os computadores para a escola.
Paralelo a todas estas reflexões proponho a investigar como o software Boardmaker tem sido utilizado para facilitar a comunicação aumentativa e alternativa de alunos com paralisia cerebral que frequentam os anos iniciais (1º a 5º ano) do Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino de Vacaria. Para justificar esta
questão, expomos que este software foi distribuído pelo governo federal a todas as salas de recursos multifuncionais do Brasil.
O Boardmaker, por exemplo, é um recurso que foi pensado em como o sujeito aprende? Considera os processos de adaptação, interação e os processos cognitivos? Como as tecnologias estão sendo utilizadas? O que mudou nos últimos anos e o que permanece? Por que se mantêm algumas coisas? Que sujeito é este que olha a cultura digital dentro da escola e resiste a ela?
Uma das formas interessantes de compreender todos estes processos é a construção de mapas conceituais, que assim como o texto “Tecendo a rede, mas com que paradigma”, nos convida a repensar nossa forma de entender a produção de conhecimento e como planejar nossas ações e nossos processos educativos, nossas certezas provisórias, a partir das possibilidades de comunicação e de organização advindas da presença das tecnologias digitais.
Quando o professor procura mediar o conhecimento presente na vida do aluno e para isso utiliza das tecnologias digitais, contribui para que os estudantes desenvolvam habilidades em pesquisar e interagir com o mundo.
Inegavelmente as tecnologias estão presentes na vida do aluno e a escola. Os professores, os gestores, enfim, todos que constituem este espaço, são desafiados a se inserirem na cultura digital e não somente dispor de recursos analógicos, que perdem seu sentido ao passo que não cumprem seu objetivo, seu papel. Para que máquinas se as utilizamos como um caderno ou um quadro negro. Precisamos de uma escola que promova interação, que entenda os processos de aprendizagem, que torne os alunos autores e não somente reprodutores de um sistema, de pesquisadores, pessoas curiosas, de atitude, que se comprometam com a tarefa e tenham prazer em aprender.

1 Proposta de reflexão sobre as aprendizagens do segundo semestre de 2012, na Disciplina Seminário Avançado em Tecnologias e Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul, Curso de Mestrado em Educação, ministrado pelas Professoras Dra. Carla Beatris Valentini e Dra. Eliana Maria do Sacramento Soares;
2 Licenciada em Pedagogia e Mestranda em Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: adrianamarcolin@uol.com.br


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